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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Evangelii gaudium: a Igreja não precisa ter medo do diálogo



A "abertura na verdade e no amor" é a chave que o Papa Francisco oferece para o diálogo com crentes de outras religiões e com não crentes


Com a exortação apostólica "Evangelii gaudium", o Papa Francisco lança um apelo ao diálogo "com os Estados, com a sociedade e com outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica".

O Pontífice mostra que "a
Igreja não tem soluções para todas as questões particulares", mas destaca que "acompanha as propostas que melhor correspondam à dignidade da pessoa humana e ao bem comum", além de propor, “com clareza, os valores fundamentais da existência humana, para transmitir convicções que possam depois traduzir-se em ações políticas”.

Este é o
diálogo que ele propõe:
 
Com a razão e as ciências

“A fé não tem medo da razão; pelo contrário, procura-a e tem confiança nela, porque 'a luz da razão e a luz da fé provêm ambas de Deus' e não se podem contradizer entre si”, explica o
Papa Francisco, que mostra que o diálogo é "um caminho de harmonia e pacificação", já que a sociedade “pode ser enriquecida através deste diálogo que abre novos horizontes ao pensamento e amplia as possibilidades da razão”.

Para o Santo Padre, não se trata de “deter o progresso admirável das ciências”; ele inclusive chega a dizer que, quando uma determinada conclusão que a razão não pode negar se torna evidente, "a fé não a contradiz".

Os crentes não podem "pretender que uma opinião científica que lhes agrada – e que nem sequer foi suficientemente comprovada – adquira o peso de um dogma de fé”, adverte o Bispo de Roma, mas também constata que, “em certas ocasiões, porém, alguns cientistas vão mais além do objeto formal da sua disciplina e exageram com afirmações ou conclusões que extravasam o campo da própria ciência”.
 
Com outras religiões cristãs

“Devemos abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus”, explica o
Papa Francisco, que considera o ecumenismo como “uma contribuição para a unidade da família humana”.

Na
exortação, ele mostra a gravidade do “contra-testemunho da divisão entre cristãos” e recorda como os missionários da Ásia e da África “referem repetidamente as críticas, queixas e sarcasmos que recebem por causa do escândalo dos cristãos divididos”.

“Os sinais de divisão entre cristãos, em países que já estão dilacerados pela violência, juntam outros motivos de conflito vindos da parte de quem deveria ser um ativo fermento de paz”, acrescenta o Santo Padre, que dá como exemplo o
diálogo com os irmãos ortodoxos: “Nós, os católicos, temos a possibilidade de aprender algo mais sobre o significado da colegialidade episcopal e sobre a sua experiência da sinodalidade”.
 
Com o judaísmo

O
Papa Francisco dá grande importância à relação com os judeus, e chega a expressar que “não podemos considerar o judaísmo como uma religião alheia”. “Juntamente com eles, acreditamos no único Deus que atua na história, e acolhemos, com eles, a Palavra revelada comum”, explica, pedindo diálogo e amizade; e lamenta, "sincera e amargamente, as terríveis perseguições de que foram e são objeto, particularmente aquelas que envolvem ou envolveram cristãos".

“A
Igreja também se enriquece quando recolhe os valores do judaísmo”, acrescenta o Papa, mas reconhece que “algumas convicções cristãs são inaceitáveis para o judaísmo, mas a Igreja não pode deixar de anunciar Jesus como Senhor e Messias”.

Há pontos de união “que nos permitem ler juntos os textos da Bíblia hebraica e ajudar-nos mutuamente a desentranhar as riquezas da Palavra, bem como compartilhar muitas convicções éticas e a preocupação comum pela justiça e o desenvolvimento dos povos”.
 
Com outras religiões não cristãs

A "abertura na verdade e no amor" é a chave que o
Papa Francisco oferece para o diálogo com crentes de outras religiões não cristãs, no que considera que deve ser “uma conversa sobre a vida humana”: “Um diálogo, no qual se procurem a paz e a justiça social, é em si mesmo, para além do aspecto meramente pragmático, um compromisso ético que cria novas condições sociais.”

O Pontífice alerta sobre um “sincretismo conciliador” que “seria, no fundo, um totalitarismo de quantos pretendem conciliar prescindindo de valores que os transcendem e dos quais não são donos”.

No documento,
Francisco explica como deve ser uma verdadeira abertura: “Implica conservar-se firme nas próprias convicções mais profundas, com uma identidade clara e feliz, mas disponível para compreender as do outro e sabendo que o diálogo pode enriquecer a ambos".

Não se trata de um "sim a tudo", porque seria uma forma de enganar o outro, explica o
Papa, que une a evangelização ao diálogo inter-religioso: eles "se sustentam e se alimentam reciprocamente".
 
Com o islã

O
Papa Francisco quer enviar uma mensagem carinhosa ao islã: “Os escritos sagrados do islã conservam parte dos ensinamentos cristãos; Jesus Cristo e Maria são objeto de profunda veneração e é admirável ver como jovens e idosos, mulheres e homens do islã são capazes de dedicar diariamente tempo à oração e participar fielmente nos seus ritos religiosos”.

Mas sua mensagem também é de luta contra o fanatismo: "Rogo, imploro humildemente a esses países que assegurem liberdade aos cristãos para poderem celebrar o seu culto e viver a sua fé, tendo em conta a liberdade que os crentes do islã gozam nos países ocidentais!”

“Frente a episódios de fundamentalismo violento que nos preocupam, o afeto pelos verdadeiros crentes do Islão deve levar-nos a evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro Islã e uma interpretação adequada do Alcorão opõem-se a toda a violência”, explica o Santo Padre, querendo evitar, assim, qualquer tipo de estereótipo.
 
Com os não crentes

Também aos não cristãos, o
Papa mostra que “a ação divina neles tende a produzir sinais, ritos, expressões sagradas que, por sua vez, envolvem outros numa experiência comunitária do caminho para Deus”. Porém, explica que eles “não têm o significado e a eficácia dos sacramentos instituídos por Cristo”.

“O mesmo Espírito suscita por toda a parte diferentes formas de sabedoria prática que ajudam a suportar as carências da vida e a viver com mais paz e harmonia”, explica o
Papa Francisco, que se dispõe a aprender também com estas experiências: “Nós, cristãos, podemos tirar proveito também desta riqueza consolidada ao longo dos séculos, que nos pode ajudar a viver melhor as nossas próprias convicções”.
 
Diálogo e liberdade religiosa

O
Papa Francisco finaliza sua mensagem sobre o diálogo mostrando a importância da liberdade religiosa: “Um são pluralismo, que respeite verdadeiramente aqueles que pensam diferente e os valorizem como tais, não implica uma privatização das religiões, com a pretensão de as reduzir ao silêncio e à obscuridade da consciência de cada um ou à sua marginalização no recinto fechado das igrejas, sinagogas ou mesquitas”.

Nesta parte, ele critica os intelectuais e jornalistas que “caem, frequentemente, em generalizações grosseiras e pouco acadêmicas”, os políticos que “aproveitam esta confusão para justificar ações discriminatórias”, e os que desprezam "os escritos que surgiram no âmbito de uma convicção crente”.

“Como crentes, sentimo-nos próximo também de todos aqueles que, não se reconhecendo parte de qualquer tradição religiosa, buscam sinceramente a verdade, a bondade e a beleza, que, para nós, têm a sua máxima expressão e a sua fonte em Deus”, conclui o
Papa Francisco, mostrando como o “Átrio dos Gentios” pode ser “um caminho de paz para o nosso mundo ferido”.


http://www.aleteia.org/pt/religiao/artigo/evangelii-gaudium-a-igreja-nao-precisa-ter-medo-do-dialogo-19984001?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO – 2013, CURRAIS NOVOS –RN




ABERTURA FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
28/11/2013(Quinta feira)  12ª IMACULADA MOTO
18h 30min. Concentração de motociclistas e motoristas
                 em frente a Matriz de Sant’Ana, conduzindo a
                 Imagem Peregrina  até a Paróquia da
                  Imaculada Conceição
19h. Hasteamento das Bandeiras, benção aos motociclistas
e motoristas, seguindo-se Missa de Abertura da Festa
e Crisma.
Pregador: Mons. Ivanoff Pereira da Costa (Adm. Diocesano)
21h 1ª Edição do Auto da Conceição

29/11/2013 (Sexta)
Aniversário da Cidade (93anos)
19hs. Novena
Pregador: Pe. Stanley Lopes ( Currais Novos)
Tema: Maria, consagrada ao serviço do Senhor.
Noitários: Hab. do JK, APAE, E.M. Ausônio Araújo,
                 Creche Marilene Matias, AMSO, EMATER,
                 CRAS, CREAS, PASCOM e TV Cristo Rei.
Leilão Popular: Resp. Maria de Chicó e Equipe
20:30h 2ª  edição do Auto da Conceição.

 30/11/2013 (Sábado)
9hs. Missa com 1ª Eucaristia
15hs. Tarde Mariana /Ofício da Imac. Conceição
Resp. Setor Juventude / Fraternidade Discípulos
          da Mãe de Deus.
19hs. Novena
Pregador: Dr. Cesar e Mara ( fundadores da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus).
Tema: Maria, sacrário do Espirito Santo.
Noitários: Afilhadas de Maria, Comunidades Rurais,
                 Setor Juventude, Discípulos da Mãe de Deus.
21hs. Jantar da Imaculada
Animação: Pereira e Edinho
Apoio: DADÁ E UNILAR HS MÓVEIS

01/12/2013 (Domingo)
19hs. Novena-Missa
Pregador: Pe. Sandoval Matias
Tema: Maria, intercessora atenta aos necessitados.
Noitários: Legião de Maria, ACC, ECC, Comunidade.
               Nova Aliança, Pastoral Familiar, Mov. da Divina Misericórdia.
21hs. Leilão de Doces e Salgados: Resp. ACC/ECC

 02/12/2013 (Segunda Feira)
9hs. 30min. Missa do Agricultor
19hs. Novena-Missa
Pregador: Pe. Valdir Waldick (C. Dantas)
Tema: Maria, mãe obediente a palavra de Deus
Noitários: Hab. Bairro Walfredo Galvão (IPE) IFRN,
                 UFRN-Campus C. Novos, Ordem Franciscana.
                 Secular, CAPS.
Leilão Popular: Resp. Lúcia Moura, Maria do Céu, Fátima
                         Sá e Paulo Martins.

03/12/2013 (Terça Feira)
19hs. Novena
Pregador: Pe. José Marcos (Parelhas)
Tema: Maria, discípula do Evangelho
Noitários: Hab. INOCOOP, Hospital Regional Dr.
                  Mariano Coelho, Terço dos Homens,
                  Movimento das Capelinhas, COMIPA e
                 Setores Missionários.
Leilão Popular: Resp. Iza Coelho, Aparecida Moura.

 04/12/2013 (Quarta Feira)
19hs. Novena/Missa
Pregador: Diácono Edival Coutinho (Lagoa Nova)
Tema: Maria, missionaria do Reino
Noite da Futura Paróquia de São Francisco
Noitários: Hab. Bairro Dr. José Bezerra (PROMORAR)
Pastoral do Dízimo, Pastoral do Batismo, E.M.
                  Gilson Firmino, Creche Prof. Salú, futura
                  Matriz de São Francisco.
Leilão Popular: Lourdes e Conceição

05/12/2013 (Quinta Feira)
19hs. Novena-Missa
Pregador: Padre Givanildo (São Vicente)
Tema: Maria, peregrina da fé
Noitários: Hab. Princesa do Seridó I e II, Creche Ednólia
Melo, CCI, EE. Ester Galvão, Pastoral da
                 Criança.
Leilão Popular: Paizinha, Nêga, Marisa Lacerda e Sônia
                           Feitosa.

06/12/2013 (Sexta Feira)
19hs. Novena
Pregador: Pe. Rodrigo Jovita (Caicó/São Fernando)
Tema: Maria, mulher eucarística.
Noitários: Padres, Diáconos, Coroinhas, Ministros da
                 Comunhão Eucarística, Catequese, Crismandos
                 e Crismados.
1ª NOITE DO PAVILHÃO
Leilão principal: Resp. Gilvan e Graça / Toinho e Kalina
                            Raimundo Martins e Vitória, Ibiapino e
                            Maria Lindalva.
Atração Musical: Dedé do Forró
Apoio: Prefeitura Municipal

07/12/2013 (Sábado)
19hs. Novena
Pregador: Pe. Welson Rodrigues (Pároco de Sant’Ana)
Tema: Maria, rosto fiel e orante da Igreja
Noitários: Paróquia de Sant’Ana, Coral Mãe Imaculada,
                 Equipe de Acolhimento e Liturgia, Prefeitura
                Municipal, Câmara de Vereadores e Poder
                Judiciário.
2ª NOITE DO PAVILHÃO
Leilão principal: Resp. Gilvan e Graça / Toinho e Kalina
                            Raimundo Martins e Vitória, Ibiapino e
                            Maria Lindalva.
Atração Musical: Deixe de Brincadeira
Apoio Prefeitura municipal

08/12/2013 (Domingo) DIA DA IMACULADA
                   CONCEIÇÃO (Feriado Municipal)
9hs. 30min. Missa Solene, após Batizados.
Presidida pelo Mons. Ivanoff (Adm. Diocesano)
16hs. 30min. Procissão / Missa de Encerramento
                      Palavras de agradecimento – Pe Sandoval
                     Arreamento das Bandeiras
                     Bolo da Festa.



              EQUIPES DE TRABALHO           

CASAL COORDENADOR-Gilson e Roseane

Casal Financeiro – Genialdo e Bia

Coordenação Jantar –  Gilson Roseane

Leilão – Gilvan e Graça – Toinho e Kalina, Raimundo Martins e Vitória, Ibiapino e Maria
Lindalva.

Sorteio – Iza Coelho e Equipe

Afilhadas de Maria –  Daguia Martins, Paula Edilma  e Cinda

Bolo da festa -ACC e Apostolado da Oração

Barraca da Imaculada – Dirigentes do ECC: 2012/2013

CarreataMoto – Leo TV Cristo Rei e Equipe

Grupo das caminhadas – Tercio, Maria Lindalva, Toinho, Donato.

Equipe de Liturgia: Diác. Josimar da Silva

Coral Mãe Imaculada: Hilda Pereira



     COORDENAÇÃO GERAL:
Padre Sandoval  Matias da Silva

      P/COMISSÃO DA FESTA:

Gilson Bezerra  e Roseane Cavalcanti

Hostilizados, pais de menina coberta com pelos evitam sair de casa

Mãe teme que a filha fique traumatizada: 'As outras crianças se afastam'. Criança de 2 anos está em Goiânia em busca de tratamento médico.

A família de Kemilly Vitória Pereira de Souza, 2 anos e 8 meses, continua em Goiânia em busca de tratamento para a menina, que tem o corpo coberto de pelos. Embora os primeiros exames mostrem que a menina não tem problema de saúde, o preconceito preocupa os pais, que dizem já terem sido hostilizados várias vezes. A mãe, a dona de casa Patrícia Batista Pereira, 22 anos, revela que quase não sai de casa para evitar que a filha sofra. "Até o parquinho que tem nas proximidades de casa eu evito, pois as outras crianças se afastam dela e os pais também não conseguem esconder o espanto. É uma situação muito constrangedora", lamenta.
O olhar das pessoas assusta o casal. "Já chorei muito, pois sempre que a gente sai com ela de casa todo mundo fica olhando. Aí só saio mesmo para levá-la ao médico e quando não tem jeito", conta Patrícia. Os pais de Kemilly moram em Augustinópolis, no Tocantins, e buscaram ajuda na capital goiana após inúmeras consultas médicas. 



A mãe de Kemilly lembra que desde o nascimento já percebeu que os pelos cobriam todo o corpo da criança, mas que eles foram escurecendo ao longo do tempo. “Já fizemos de tudo o que se possa imaginar para tentar descobrir o que ela tem. Felizmente, a Kemilly é saudável e se desenvolve como uma criança normal. O problema mesmo é o excesso de pelo em todo o corpo. Só os pés e as mãos delas não têm”, destacou.
Traumas
A menina já recebe acompanhamento psicológico na cidade onde mora, mas a mãe teme que o excesso de pelos faça com que ela cresça com traumas. “Já flagrei mais de uma vez a Kemilly tentando arrancar os pelos do braço sozinha. É claro que dói e aí ela para. Por enquanto, eu converso, o pai brinca e ela acaba se distraindo. Mas até quando? Por isso, estamos desesperadamente em busca de ajuda. Mesmo que não tenha uma cura definitiva, vamos fazer o necessário para que ela possa se sentir igual aos outros”.
O pai de Kemilly, que também tem muitos pelos no corpo desde que nasceu, afirma que apenas a família entende como a condição da menina afeta o psicológico de todos. “Eu fico arrasado quando vejo alguém olhando torto ou sussurrando quando olha para ela. Uma vez cheguei a discutir com um vizinho que disse que ela não era um ser feito por Deus e que deveria ter nascido como um bicho. Eu sei que nem vale a pena esquentar a cabeça com gente assim, mas eu fico chateado. Se eu pudesse estar no lugar dela, não pensaria duas vezes”, ressaltou.


                                                                           Dificuldades
Os pais afirmam que tentaram por muito tempo não expor a criança, mas perceberam que a cada dia a situação se agrava. Além disso, a fonte de renda familiar é o trabalho do pai em uma indústria em Augustinópolis, onde ele tem um salário de R$ 1 mil. “Estamos sempre apertados, pois além dos gastos da casa e com exames, ela toma um remédio para tentar reduzir a produção de pelos. Minha esposa não pode trabalhar fora, pois passa o tempo todo cuidado da Kemilly. No ano que vem pretendemos colocá-la na escolinha e por isso temos pressa em conseguir o tratamento”, ressaltou o eletricista.

De acordo com o pai, os resultados dos 13 exames solicitados pela equipe médica do Hospital das Clínicas de Goiânia começaram a ficar prontos e ele irá ao local nesta quarta-feira (27) para marcar o retorno. “Estamos com fé de que desta vez vão descobrir o que causa o crescimento de pelos. Se for genético mesmo, continuaremos em busca da depilação a laser para que a gente possa ter uma vida normal. É isso o que queremos”, destacou.
Souza conta que pegou uma licença do trabalho para seguir com a família para Goiânia, mas precisa voltar no fim deste mês. Ele chegou a comprar as passagens de volta, para o próximo dia 29, mas não sabe se vai ter uma solução até lá. “Ainda não sei o que vai acontecer. Estamos apostando tudo o que temos nessa viagem.”
Segundo ele, até agora, a única ajuda financeira que recebeu foi da Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins (Sesau), que custeou as passagens para que eles chegassem em Goiânia. “Eles nos prometeram uma ajuda diária de R$ 21 para os custos diários, mas até agora não recebemos nada e estamos nos virando”, disse.
A Sesau esclarece que a ajuda de custo citada refere-se ao Tratamento Fora do Domicílio (TDF) e que já foi entregue à família os valores referentes a um dia. No entanto, para que eles continuem recebendo o dinheiro, “é necessário que eles encaminhem para a secretaria, por meio da área de Regulação, um relatório médico indicando quantos dias de TFD serão necessários para a continuidade do tratamento da criança.”
Apesar das dificuldades, a mãe de Kemilly acredita que os médicos vão ter um diagnóstico preciso. “Tenho fé de que vai dar certo e vamos voltar para a casa com boas notícias”, ressaltou Patrícia


FONTE: http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/11/hostilizados-pais-de-menina-coberta-com-pelos-evitam-sair-de-casa.html

25 frases do Papa na exortação Evangelii Gaudium

“Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”

-- O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem.

-- Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem
Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados.

-- Posso dizer que as
alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar.

-- Chegamos a ser plenamente
humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da acção evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?

-- Penso, aliás, que não se deve esperar do
magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões que dizem respeito à Igreja e ao mundo. Não convém que o Papa substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que sobressaem nos seus territórios. Neste sentido, sinto a necessidade de proceder a uma salutar «descentralização».

-- Com obras e gestos, a comunidade
missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz.

-- Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-preservação. A reforma das
estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de «saída» e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade.

-- Dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos outros, devo pensar também numa conversão do
papado. Compete-me, como Bispo de Roma, permanecer aberto às sugestões tendentes a um exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades actuais da evangelização.

-- No seu constante discernimento, a Igreja pode chegar também a reconhecer
costumes próprios não directamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns muito radicados no curso da história, que hoje já não são interpretados da mesma maneira e cuja mensagem habitualmente não é percebida de modo adequado. Podem até ser belos, mas agora não prestam o mesmo serviço à transmissão do Evangelho. Não tenhamos medo de os rever! Da mesma forma, há normas ou preceitos eclesiais que podem ter sido muito eficazes noutras épocas, mas já não têm a mesma força educativa como canais de vida.

-- Aos sacerdotes, lembro que o
confessionário não deve ser uma câmara de tortura, mas o lugar da misericórdia do Senhor que nos incentiva a praticar o bem possível. Um pequeno passo, no meio de grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida externamente correcta de quem transcorre os seus dias sem enfrentar sérias dificuldades.

-- A Igreja «em saída» é uma Igreja com as
portas abertas. Sair em direcção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direcção nem sentido. Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho. Às vezes, é como o pai do filho pródigo, que continua com as portas abertas para, quando este voltar, poder entrar sem dificuldade.

-- Se a Igreja inteira assume este dinamismo
missionário, há-de chegar a todos, sem excepção. Mas, a quem deveria privilegiar? Quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, «àqueles que não têm com que te retribuir» (Lc 14, 14). Não devem subsistir dúvidas nem explicações que debilitem esta mensagem claríssima. Hoje e sempre, «os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho», e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer. Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!

-- Prefiro uma
Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos.

-- Assim como o mandamento «não matar» põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer «não a uma economia da exclusão e da desigualdade social». Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento dum idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. Isto é exclusão. Não se pode tolerar mais o facto de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social. Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência desta situação, grandes massas da população vêem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do «
descartável», que aliás chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenómeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são «explorados», mas resíduos, «sobras».

-- Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Acusam-se da
violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade.

-- O
individualismo pós-moderno e globalizado favorece um estilo de vida que debilita o desenvolvimento e a estabilidade dos vínculos entre as pessoas e distorce os vínculos familiares. A acção pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais. Enquanto no mundo, especialmente nalguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos, nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos «a carregar as cargas uns dos outros» (Gal 6, 2).

-- Há certo cristianismo feito de
devoções – próprio duma vivência individual e sentimental da fé – que, na realidade, não corresponde a uma autêntica «piedade popular». Alguns promovem estas expressões sem se preocupar com a promoção social e a formação dos fiéis, fazendo-o nalguns casos para obter benefícios económicos ou algum poder sobre os outros.

-- A nossa tristeza e vergonha pelos
pecados de alguns membros da Igreja, e pelos próprios, não devem fazer esquecer os inúmeros cristãos que dão a vida por amor: ajudam tantas pessoas seja a curar-se seja a morrer em paz em hospitais precários, acompanham as pessoas que caíram escravas de diversos vícios nos lugares mais pobres da terra, prodigalizam-se na educação de crianças e jovens, cuidam de idosos abandonados por todos, procuram comunicar valores em ambientes hostis, e dedicam-se de muitas outras maneiras que mostram o imenso amor à humanidade inspirado por Deus feito homem. Agradeço o belo exemplo que me dão tantos cristãos que oferecem a sua vida e o seu tempo com alegria.

-- Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em
pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre.

-- O
mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal.

-- Ser
Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projecto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, dêem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho.

-- Não podemos pretender que todos os povos dos vários continentes, ao exprimir a fé cristã, imitem as modalidades adoptadas pelos povos
europeus num determinado momento da história, porque a fé não se pode confinar dentro dos limites de compreensão e expressão duma cultura. É indiscutível que uma única cultura não esgota o mistério da redenção de Cristo.

-- A
homilia não pode ser um espectáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos mediáticos, mas deve dar fervor e significado à celebração. É um género peculiar, já que se trata de uma pregação no quadro duma celebração litúrgica; por conseguinte, deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição.

-- Peço a Deus que cresça o número de
políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efectivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Temos de nos convencer que a caridade «é o princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macro-relações como relacionamentos sociais, económicos, políticos». Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspectivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados sanitários para todos os cidadãos. E porque não acudirem a Deus pedindo-Lhe que inspire os seus planos? Estou convencido de que, a partir duma abertura à transcendência, poder-se-ia formar uma nova mentalidade política e económica que ajudaria a superar a dicotomia absoluta entre a economia e o bem comum social.

-- A primeira motivação para evangelizar é o
amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria?

http://www.aleteia.org/pt/religiao/noticias/25-frases-do-papa-na-exortacao-evangelii-gaudium-19104001?

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

IV CONGRELIT - CONGRESSO DE LITURGIA - REGIONAL NORDESTE II

O IV Congrelit, realizado pela CNBB, Regional Nordeste II, aconteceu de 14 a 17 do mês em curso, tratou do tema Espaço Celebrativo, foi coordenado por D. Egídio, Bispo deAfogados da Ingazeira e como acessores principais: o artista plástico Claúdio Pastro, que discorreu sobre: O Espaço Celebrativo - mistério que celebramos,  e a Irmã Laide Souza, que tratou do tema: Arte na Liturgia. Foram momentos de grande enriquecimento e muita reflexão sobre a Igreja Católica, pautada nas orientações emandas do Concílio Vaticano II. 
Segue o registro de alguns momentos desse rico congresso.








POR QUE EXISTEM OS SANTOS?

Precisamos de exemplos e intercessores.

No número 828 do Catecismo da Igreja Católica, lemos o seguinte: "Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está nela e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores".

Desde os primeiros séculos, na Igreja se começou a venerar os mártires, que haviam dado sua vida por Deus, com este duplo aspecto: exemplos a seguir e intercessores no céu. Mais tarde, reconheceu-se a santidade em outros fiéis, que a haviam demonstrado de maneira diferente do martírio, ou seja, com uma vida virtuosa.

A verdade é que precisamos das duas coisas. Exemplos, de todos os povos e culturas, de toda classe e condição, de todas as épocas. Estas pessoas nos dizem, com suas vidas, que a santidade – à qual todos somos chamados – é possível, não está fora do nosso alcance.

Também é muito conveniente ter intercessores. O número 956 do Catecismo, que cita um texto do Concílio Vaticano II, explica os motivos: "Os bem-aventurados, estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na santidade. Eles não cessam de interceder a nosso favor, diante do Pai, apresentando os méritos que na terra alcançaram, graças ao Mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo. A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude fraterna".

Sobre o fundamento bíblico a respeito disso, é importante levar em consideração, em primeiro lugar, que nem tudo está necessariamente na Bíblia, ainda que ela seja a principal fonte da doutrina. A Igreja é a depositária da doutrina e dos meios de salvação que Cristo nos deixou, e tem a assistência do Espírito Santo para realizar esta missão.

De qualquer maneira, isso não significa que faltem completamente referências bíblicas. Quanto à exemplaridade, é algo bastante generalizado; a Bíblia apresenta, sobretudo no Antigo Testamento, modelos de fidelidade a Deus que recomenda seguir: Abraão, Moisés, Samuel etc.

Dentre eles, dois (Moisés e Elias) aparecem glorificados na Transfiguração do Senhor, junto a Ele no Monte Tabor. Sobre sua intercessão, temos esta citação do Apocalipse: "Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)" (5, 8).

Por outro lado, há uma lógica nisso: se verdadeiramente a Igreja é um corpo (e corpo de Cristo) e a ela pertencem os que já estão no céu, é muito compreensível que estes contribuam para a vida do corpo em sua condição, o que se realiza mediante sua intercessão por aqueles que continuam neste mundo.


http://www.aleteia.org/pt/religiao/artigo/por-que-existem-os-santos-17644001?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A POESIA TRANSCENDE A NOSSA IMAGINAÇÃO!

                                       NAS ASAS DO TEMPO                                                         


Vou caminhando pela a vida a fora
Levando sonhos no meu coração;
A vida passa, logo se evapora...
Somente os sonhos permanecerão!

Vou caminhando pela a vida a fora,
Sonhando sonhos pela multidão;
Mas quem sabe um dia no arrebol d’aurora
Nossos sonhos se realizarão!

Estou sonhando, pois sonhar não cansa;
Agarrei-me nas asas da esperança
E em Jesus Cristo eu creio na redenção!...

E se me chamarem de um sonhador
Porque acredito no meu Salvador...

Ficará feliz o meu coração!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

AS CHAVES DA REFORMA DA CÚRIA ROMANA

Mais do que mudar estruturas, o objetivo é criar uma mentalidade de serviço.


O Papa Francisco destacou alguns pontos essenciais para a reforma da cúria romana: a reforma de dois órgãos colegiais (o sínodo e o consistório de cardeais, ambos órgãos consultivos do Papa), e uma maior presença das mulheres nos organismos eclesiais nos quais não se precisa da ordenação episcopal ou sacerdotal.

A reforma do sínodo dos bispos também começou com a nomeação do arcebispo italiano Lorenzo Baldisseri como secretário geral do sínodo. Baldisseri foi núncio na América Latina e na Ásia, secretário do conclave e é, além disso, secretário da Congregação para os Bispos.

O Papa Francisco quer que haja um forte fluxo de comunicação entre os diversos bispos e ele, dentro e fora da cúria, com o fim de melhorar o princípio da colegialidade entre os bispos e o Papa.

O sínodo, instituído pelo Concílio (Chrisus Dominus, n. 5), é um órgão consultivo, e sua secretaria tem um caráter permanente, mas sua estrutura e funções não foram esclarecidas pelo Concílio. Pelo geral, ele se reúne uma vez a cada dois anos. O próximo sínodo será "extraordinário", abordará o tema da pastoral familiar e se reunirá em outubro de 2014.

O consistório – alto órgão consultivo do Papa, ao qual só podem assistir cardeais – é pouco utilizado e só se reúne para conhecer as nomeações de novos cardeais designados pelo Papa, propor causas de beatificação e canonização e – surpreendentemente, no último – para anunciar a renúncia de Bento XVI ao papado.

Suas funções tampouco são especificadas, ainda que historicamente foi uma espécie de senado. O consistório reúne os cardeais que estão em Roma atualmente. Realmente, hoje é um organismo formal que anota o que o Papa decidiu anunciar solenemente.

Não se sabe o que o Papa Francisco pretende fazer, sendo ele um homem de ação e decisão. O próximo consistório, com nomeações de cardeais, se reunirá em fevereiro de 2014, e nele o Papa poderá criar pelo menos 14 cardeais, para cobrir as vagas produzidas por motivos de idade entre os 120 cardeais eleitores de um papa no conclave.

Em Roma, escreveu-se em diversas ocasiões que tanto o sínodo como o consistório são órgãos consultivos do Papa nos quais a Igreja Católica vive a colegialidade entre o Papa e os sucessores dos apóstolos, os bispos. No entanto, ao mesmo tempo, destacou-se que são organismos que ajudam o Papa e a Igreja a ter uma maior conexão e compreensão, mais factível hoje com o uso das tecnologias da informação.

Mas isso não questiona em absoluto a primazia do Papa, sucessor de São Pedro, pois, como estabelece o Concílio (Lumen Gentium, cap. III), a estrutura da Igreja é "hierarquizada", ainda que se trate de uma hierarquia de serviço. A autoridade do Papa, portanto, não se questiona.

O serviço da mulher

Quanto aos serviços que a mulher pode prestar à Igreja, o Papa Francisco já mencionou vários aspectos ao respeito. Em primeiro lugar, as mulheres precisam ter um papel mais relevante e oferecer muito mais da sua feminilidade, que é preciso desenvolver e colocar mais claramente ao serviço da Igreja.

Há muitos ofícios para os quais não se requer ser bispo nem sacerdote para dirigi-los, como os meios de comunicação da Igreja, tanto de Roma como nas dioceses. E se uma mulher dirigisse o L'Osservatore Romano ou a sala de imprensa da Santa Sé? Não é preciso nem ser religiosa. Em Roma, pode haver mulheres em organismos do Estado do Vaticano, como a biblioteca vaticana, entre outros.

Este será um tema discutido quando chegar a hora de decidir sobre a participação da mulher na vida da Igreja. O Papa Francisco propôs aprofundar também na teologia sobre a mulher. Terá dito isso como passo prévio? Não se sabe.

Nesta linha de reformar, cabe englobar o papel dos tribunais eclesiásticos, em particular os que tratam de assuntos matrimoniais, como o Tribunal da Rota, agilizando os procedimentos das causas que se apresentam sobre a nulidade dos matrimônios, e ao mesmo tempo unificando as doutrinas jurídicas, canônicas.

Protegidas, então, a autoridade do Papa, a unidade da fé e a disciplina geral, serão feitas as reformas pertinentes para descentralizar a tomada de decisões, e ninguém como um Papa argentino, "vindo do outro canto do mundo", poderia organizar uma reforma de tais dimensões.

Paulo VI, na primeira reforma pós-conciliar, tinha o gravíssimo problema de manter a unidade da Igreja com Roma diante dos casos de centrifugação, como a Fraternidade Pio X, de Marcel Lefebvre, qualificado como "herético" pelo Concílio, ou o Catecismo Holandês, que foi mais longe que o Vaticano II e cujas teorias estavam em claro contraste com a doutrina do Concílio e do Papa.

João Paulo II e Bento XVI levaram a cabo um esforço em prol de uma maior coesão interna na Igreja, especialmente no âmbito doutrinal; e agora, com o Papa Francisco, chega o momento da consolidação, não da doutrina, mas das formas de governo e das estruturas da Igreja, para adaptá-las à missão que a Igreja tem no mundo, uma missão baseada no serviço e na qual a autoridade é precisamente isso: serviço.

Quantas pessoas trabalham no Vaticano?

O Papa Francisco também pretende reduzir os órgãos e funcionários do Vaticano, ainda que o cardeal Rodríguez Maradiaga tenha anunciado que haverá uma congregação específica para os leigos. A respeito disso, contam em Roma que, certa vez, um chefe de Estado que visitou o Papa João XXIII lhe perguntou quantas pessoas trabalhavam no Vaticano, e o bom Roncalli respondeu: "A metade dos que estão aqui".

É evidente que o Vaticano e a Santa Sé devem se reger também por critérios modernos na gestão dos assuntos próprios e específicos, com a discrição necessária para administrar temas de ordem espiritual.


Finalmente, alguns se perguntam se haverá mudança de mentalidade naqueles que trabalham na cúria, porque, mais do que de estruturas, a reforma implica em uma mentalidade de serviço. E uma mentalidade não é criada por decreto, mas com o tempo.

FONTE: Aleteia