Não
há lugar que não tenha regras. Alguém as inventa, para o bem ou para o mal. Se
os pais se eximem dessa função de organizadores do ambiente familiar, os filhos
o farão
É
preciso que você tenha bem claro quem manda na sua casa. Só assim será capaz de
administrar adequadamente seu lar. Seus filhos necessitam se sentir seguros e a
clareza de quem é o responsável transmite essa segurança de uma forma bastante
eficiente.
Não
faço aqui apologia ao autoritarismo e à ditadura. Pelo contrário, acredito na
democracia. Mas de quem saiba governar.
Em
um grupo social sempre há um líder. Mesmo entre outras espécies animais essa
ideia se confirma. Quando o pai ou a mãe não assumem seu papel na gestão familiar,
outra personalidade se destaca naturalmente e assume a liderança. Ocorre que,
muitas vezes, não há bagagem de conhecimento, cultura e/ou maturidade para que
essa configuração familiar dê certo.
Não
há lugar que não tenha regras. Alguém as inventa, para o bem ou para o mal. Se
os pais se eximem dessa função de organizadores do ambiente familiar, os filhos
o farão. E não têm idade para isso.
Você
não conhece bebês que já mandam em casa? Crianças que nem falam ainda, mas que,
com um olhar apenas, subjugam seus pais, manipulando-os para que façam suas
vontades?
Você
nunca viu crianças que batem os pés, se jogam no chão por um salgadinho no
mercado ou por um jogo qualquer de última geração?
A
deseducação não escolhe idade, cor, religião ou classe econômica.
É
preciso analisar a educação do filho, demonstrando de maneira que não haja
dúvidas, quem é o responsável pela família (o pai e/ou a mãe, ou o responsável
legal, por assim dizer) e simultaneamente, demonstrar que há regras nesse
ambiente, e as regras se aplicam a todos os integrantes da casa.
É
complicado, por exemplo, dizer para a criança que não deve falar palavrões se
ela ouve constantemente seus pais gritando xingamentos e absurdos que ninguém
deveria ouvir. Do mesmo modo, é complicado ensinar honestidade se o filho vê o
adulto surrupiando trocos no mercado ou furando filas, com cara de paisagem.
Respeito se aprende vendo, mais do que ouvindo. Mas com relação a limites, as
palavras e os olhares devem bastar.
Dizer
sim e não, não é e nem deve ser, prerrogativa dos filhos. Os pais não têm de
ser os melhores amiguinhos dos filhos. Têm de ser pais. Por exemplo, é comum os
pais levarem seus filhos na casa de amigos e a criança querer levar um
“souvenir” que seja um brinquedo, uma folha, um papel qualquer. Não acredito
que se deva deixar fazê-lo e, ainda que sofra críticas, vou dizer porquê. O
filho deve aprender o limite dos outros.
Deve
aprender, a criança, que o mundo não existe para lhe servir, para seu bel
prazer. Assim, brincou e se divertiu com as coisas do amiguinho, (que bom) mas
as coisas SÃO DO AMIGUINHO! Não são dele! Não pode levar para casa o que não é
seu! Isso o ensinará, certamente, ainda que chore e faça birra (o que é normal
no início, pois tentará romper o limite) o respeitar o que é do outro.
Ser
pai traz uma enorme responsabilidade que transcende o “ser amigo”,
especialmente se esse termo é analisado do ponto de vista do filho. Se
analisarmos o real significado da amizade, aí sim, entendemos que os pais devem
ser os melhores amigos dos filhos. Mas educar é uma atividade exaustiva, que
toma muito tempo. Talvez nem sobre tempo para frivolidades. Dizer não é, sim,
coisa de amigo. Mas AMIGO, de um jeito que só um pai e uma mãe verdadeiramente
responsáveis sabem ser.
Nesse
ponto, lembro das vezes em que ouvia os termos “é para teu próprio bem”, “você
vai entender quando tiver teus filhos”, e muitos outros jargões que mães
responsáveis e pais que se importam dizem. Agradeço meus pais pela quantia de
vezes que me fizeram perceber, sem rodeios, que eu devia obedecer as regras
para usufruir da companhia deles e de tudo o que isso significava. Nunca
quebrei uma escola. Nunca desobedeci nem agredi um professor. Nunca respondi
com desrespeito minha mãe, nem meu pai. Não fui um anjo de adolescente, mas
reconhecia limites e sabia perfeitamente quando os ultrapassava.
Quando
não se sabe quem estabelece (e se existem) limites na casa da criança, ela
sequer poderá saber se os ultrapassou. Pior é quando ela sabe que está agindo
de maneira incorreta e destaca que, na casa dela, é assim mesmo, ninguém se
importa ou, se se importa, não sabe demonstrar isso de maneira positiva ou
eficiente.
Quem
manda na sua casa? Seus filhos?
Ouça
seus filhos, escute o que eles têm a dizer. Delimite parâmetros de acordo com
os ideias da família. Discuta a razão das regras diretamente com as crianças.
Fale sobre valores e, mais que isso, demonstre no cotidiano os valores sendo
colocados em prática, através das mais simples atitudes. Explique o que acontece
se não forem obedecidas as diretrizes comportamentais que norteiam a casa.
Defina
direitos e DEVERES em casa e na rua. Cobre DIREITOS E DEVERES DAS CRIANÇAS. São
algumas das formas que eu acredito ser o caminho certo para criarmos adultos
responsáveis e pais de valor. Não apenas pais que se tornaram gestores
familiares fracassados, simplesmente por não saberem deixar claro para seus
filhos, quem é o adulto responsável da casa.
Frankie C PSICONLINEWS 10 DE NOVEMBRO DE 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário