“Para mim, a grande
revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que têm a dizer no dia a dia”,
Papa Francisco.
“Era um tipo bom, fez o que
pode, não foi tão ruim”, assim o Papa Francisco respondeu a última pergunta:
“Como gostaria de ser lembrado?”, feita em uma longa entrevista do jornal
espanhol La Vanguardia.
Durante a entrevista o Papa
revelou: “os cristãos perseguidos são um problema que me toca como pastor”.
Disse que estava convencido de que “a perseguição aos cristãos hoje é mais
forte que nos primeiros séculos da Igreja. Não é uma fantasia, os números
comprovam”.
O jornalista que entrevistou
o Papa ressaltou a oração pela paz realizada no último dia 8 de junho, no
Vaticano. “Não foi uma atitude política, mas religiosa: a abertura de uma
janela para o mundo”, disse Francisco. E quando fala da violência em nome de
Deus ressalta: “É uma contradição que também nós cristãos às vezes temos praticado”,
e prossegue: “as três religiões monoteístas têm no seu interior grupos
fundamentalistas, mesmo sendo pequenos. A mentalidade do fundamentalismo é
violência em nome de Deus”.
Algumas pessoas dizem que o
Papa é um revolucionário, comenta o jornalista do jornal espanhol. “Para mim, a
grande revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que têm a dizer no dia a
dia”, respondeu o Papa.
A pobreza e a humildade na
Igreja. Quando toca nesse assunto, instigando por que, para o Papa, isso é
importante, ele responde: “A pobreza e a humildade são o coração do Evangelho.
Não se pode compreender o Evangelho sem a pobreza, que deve ser distinguida da
miséria. Creio que Jesus queria que os seus bispos fossem servidores. Quando
vejo imagens de crianças desnutridas em várias partes do mundo, penso que não
estamos em um bom sistema econômico global. É demonstrado que com os avanços
podemos nutrir as pessoas que sofrem de fome. No coração de cada sistema
econômico deve estar o ser humano. Mas pelo contrário, colocaram o dinheiro ao
centro de tudo. Caíram no pecado da idolatria, da idolatria do dinheiro. A
economia se move com o desejo de ter sempre mais e, para conseguir, gerou a
cultura do desperdício”.
Se o assunto muda para a
famosa renúncia de Bento XVI: “Fez um grande gesto. Abriu uma porta, criou uma
instituição”, disse Francisco. O jornalista do jornal espanhol comentou que
hoje em dia se vive mais, muitas vezes de chegar a uma idade onde não
conseguimos mais ir adiante nos afazeres como queremos. “Peço ao Senhor que me
ilumine quando chegar para mim este momento”, respondeu o Papa.
A entrevista foi encerrada
falando da Copa do Mundo. “Sei que não posso perguntar para quem o senhor vai
torcer”, disse o jornalista. “Os brasileiros me pediram neutralidade (sorriu),
cumpro minhas palavras porque Brasil e Argentina sempre foram equipes antagônicas”,
respondeu o Papa.
Para finalizar, uma
pergunta: Como gostaria de ser lembrado na história?
“Não pensei, mas gosto
quando uma pessoa recorda de alguém e diz ‘era um tipo bom, fez o que pode, não
foi tão ruim’, com isso me conformo”.
sources: Aleteia
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