Jovem candomblecista que levou pedrada tomou café com
arcebispo. Kailane pediu respeito e união.
A menina Kailane Campos, de 11 anos, que foi vítima de
intolerância religiosa no domingo (14) no Subúrbio do Rio, foi recebida nesta
sexta-feira (19) pelo arcebispo da cidade, cardeal Dom Orani Tempesta, na sede
da arquidiocese, na Glória, Zona Sul do Rio.
A jovem tomou café da manhã e
conversou sobr os episódios com líderes religiosos.
A menina contou que foi para a escola apenas na
segunda-feira (15) está semana e que ainda está um pouco nervosa com tudo o que
aconteceu.
"Estou um pouco nervosa, não estou muito acostumada.
O café da manhã pra mim foi bom, estava tudo gostoso, tudo bom. A partir de
agora eu acho que tem que ter respeito, todo mundo unido, bem eu acho que tem
que ser assim. Pra mim, respeito todo dia", afirmou.
De acordo com o arcebispo do Rio, essas pessoas que
fizeram agressões contra algumas religiões são minoria e não podem ser
consideradas cristãos.
"Quando nós estamos vendo sinais de intolerância na
nossa cidade, de não aceitar o outro, isso causa uma grande preocupação. Eu
conclamo a sociedade para que possa ver que a cultura brasileira sempre foi de
entendimento, fraternidade e compreensão uns com os outros. Eu tenho certeza
que esses agressores são minoria, porém fazem barulho. Eles não nos
representam, não é a postura do cristão, na verdade, eles não são nem
cristãos", afirmou Dom Orani.
O encontro teve a presença também do diácono Nelson Águia
e o padre Fábio, representantes da comissão de diálogo interreligioso da
arquidiocese do Rio. Outro presente foi líder de combate à intolerância
religiosa Ivanir dos Santos. Ele afirmou que esses casos são preocupantes.
"Esse encontro com a igreja católica significa que o
ódio não faz parte de nenhuma doutrina religiosa. A intolerância é muito grave
no Rio. Nós já tivemos um caso de uma casa cigana que foi queimada na Baixada
Fluminense e há 15 dias uma outra casa quebrada na Ilha do Governador.
Nós
vamos lançar um dossiê sobre isso, nós vamos fazer uma audiência pública na
Assembleia Legislativa. Iremos lançar um
documento com casos como esse", afirmou.
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