Fornecido por Amil Produtos minimamente processados devem
ser a base da alimentação.
Lançado no fim do ano
passado, o novo “Guia alimentar para a população brasileira” traz uma série de
orientações importantes sobre nutrição. Uma delas é o eixo que sustenta toda a
proposta do trabalho: fazer dos alimentos in natura ou minimamente processados
a base da alimentação familiar (veja quadro abaixo). Para o coordenador de
Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Eduardo Nilson, a ideia é
resgatar valores ligados ao ato de comer que estão se perdendo.
“Durante os últimos anos, o
aumento da industrialização, da urbanização, do desenvolvimento econômico e da
globalização do mercado levou a mudanças no padrão alimentar da população.
Essas mudanças estão associadas à desvalorização do ato de preparar, combinar e
cozinhar alimentos como prática cultural e social; à multiplicação das tarefas
cotidianas; à incorporação da mulher no mercado formal de trabalho, além da
oferta massiva e da publicidade agressiva dos alimentos ultraprocessados, que
possuem elevada densidade de energia, gorduras, açúcar e sódio. Essa mudança no
padrão alimentar vem sendo acompanhada pelo aumento da prevalência de obesidade
e doenças crônicas relacionadas em todos os grupos socioeconômicos e que agora
representam a principal causa de morte no Brasil e no mundo.”
O trabalho enumera várias
razões para que se evitem os alimentos ultraprocessados. Além das questões de
saúde, há também a valorização dos sabores naturais e do prazer de se preparar
a própria comida. Para a nutricionista Maria Laura da Costa Louzada,
pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da
USP, há muitas vantagens em se trocar um hambúrguer industrializado por um
feito em casa, por exemplo.
“Nós escolhemos os
ingredientes, as suas quantidades e sua forma de preparo! É muito difícil que
um hambúrguer caseiro tenha aditivos ou substâncias sintéticas, como
conservantes ou corantes, usados na fabricação industrial. Em casa, também
podemos controlar a quantidade de sal e escolher como a carne será cozida. Além
disso, podemos escolher o tamanho desse hambúrguer e não corremos o risco de
comer uma porção exagerada preestabelecida pela indústria.
E ainda temos
conhecimento da procedência e da qualidade dos ingredientes – afirma ela,
lembrando um episódio recente envolvendo uma grande rede de lanchonetes. “Enquanto a nossa batata frita caseira é
feita de batata, sal e óleo, a da rede de fast-food leva 14 ingredientes.”
E não é difícil distinguir o
que faz do que não faz bem à saúde. Segundo Maria Laura Louzada, basta ler os
rótulos em busca de nomes “estranhos”, como gordura vegetal hidrogenada, óleos
interesterificados, xarope de frutose, isolado proteico, espessantes,
emulsificantes.
“Corantes, aromatizantes,
realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos são usados para dotar os
alimentos ultra processados de propriedades sensoriais atraentes, isto é, dar
cor vibrante e uniforme, e imitar e intensificar sabores. A maioria dos
corantes sintéticos é derivada de petróleo ou carvão. Por isso, a recomendação
do Ministério da Saúde é evitar o consumo de alimentos ultra processados como
salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, refrigerantes e refrescos em pó”,
completa Nilson.
Para saber mais sobre o
guia:
http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-Miolo-PDF-Internet.pdf
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