FICÇÃO CIENTÍFICA
Uma grande ficção científica
não deve se preocupar apenas em
prever avanços tecnológicos, mas sim, em
explorar as forças
que dão origem a essa tecnologia e seus efeitos na
psicologia
individual e de massa.
Grandes ficções científicas
também disfarçam os poderes dominantes,
sejam governos ou corporações, em
personagens ou grupos fictícios
para criticá-los ou satirizá-los.
Algumas tratam de vigilância
direta, outras especulam sobre
coleta de inteligência interpessoal ou
consideram o assunto de maneiras
mais oblíquas.
Outras, ainda, destilam a
vigilância de sua essência: enquanto uma face
de um sistema de controle muito
maior e abrangente, que vai do topo da
pirâmide até sua base.
Roger Zelazny, O Senhor da
Luz
Seres humanos viajam através
de uma nave, a Estrela da Índia, para um
planeta distante parecido com a Terra.
Equipados com uma tecnologia
incrivelmente avançada, eles se definiram
como deuses do panteão hindu.
Antecipando o interesse de William Gibson
em implantes e outros tipos de
modificações, os humanos alteraram suas
mentes e corpos.
Eles também aperfeiçoaram a
transferência de mentes — a habilidade de
migrar a mente de uma pessoa para um
corpo novo por meio da tecnologia.
Mas há uma pegadinha: a elite
burocrata religiosa mapeia as mentes
atrás do carma individual, o que determina
o novo corpo da alma.
É uma forma aterrorizante de
vigilância existencial. Nesse mundo, uma
figura meio Buda chamada Sam (um
membro original da equipe da
Estrela da Índia), aparece para trazer iluminação
e tecnologia às massas.
John Brunner
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