por Jocelem Salgado
“... as pesquisas comprovam
que a annona muricata tem demonstrado resultados positivos como: inibidora do
vírus herpes simplex; possuir propriedades antiviral, antiparasitárias; e ser
benéfica contra os efeitos antirreumáticos e citotóxicos”
Vou falar sobre uma fruta
pouco consumida, mas que tem muitas e boas propriedades, a graviola cujo nome
científico é annona muricata.
Tal espécie é cultivada em
regiões tropicais das Américas. No Brasil é muito produzida no Nordeste, tendo
destaque no Ceará, Bahia, Pernambuco e Paraíba. As folhas da gravioleira são
utilizadas em infusões, tanto secas como moídas. Seus frutos são utilizados em
sorvetes, sucos, geleias, compotas e como doces.
Essa fruta apresenta uma
nova classe de fitoquímicos, dentre eles as acetogeninas anonáceas que têm
demonstrado ser antitumoral, pesticida, inseticida, antibacteriana,
antiparasitário e ainda possui efeito * imunossupressor.
Em um estudo realizado para
verificar a viabilidade celular de cultura de linfócitos tratados com a fruta
verificou-se uma correlação positiva entre a atividade antioxidante e o
conteúdo de polifenois totais (r=0,896; p=0,05). Os dados obtidos com o estudo
indicam que os derivados da gravioleira apresentam importante atividade
antioxidante frente ao radical DPPH e também aumento na viabilidade celular,
indicando minimização nos danos oxidativos.
Segundo Shahidi, através de
seus estudos clínicos e epidemiológicos, foram mostradas evidências de que
antioxidantes fenólicos de cereais, vegetais e frutas são os principais fatores
que contribuem para a baixa e significativa redução da incidência de doenças
crônicas e degenerativas (diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade,
câncer, entre outras) encontradas em populações cujas dietas são altas na
ingestão desses alimentos.
Vários pesquisadores
evidenciaram seus estudos com a gravioleira, com base na medicina popular e
observaram que as folhas utilizadas em infusão ou liofilizadas (ou seja, em
cápsulas) para uso no tratamento de diabetes, gripes, tosses e hipertensão.
Outros estudiosos obtiveram resultados positivos da espécie como
anticancerígeno e antitumoral devido à presença do composto bioativo
acetogeninas, que são compostos característicos das annonaceae e que exercem
**citotoxidades seletiva sobre as células tumorais (significa que destroem as
células tumorais) sem afetar as células normais.
As frutas da gravioleira
conhecidas como graviola, são comercializadas e consumidas in natura e também
em polpa congelada, que é a forma mais comum de ser encontrada. Essas polpas
congeladas possuem propriedades antioxidantes, correlacionando esses resultados
com compostos como fenólicos, carotenoides e vitamina C.
Dentre as inúmeras pesquisas
realizadas com a graviola, foram obtidos muitos relatórios de efeitos
generalizados, pois é uma fruta que apresenta muita dificuldade de se obter
provas concretas.
Porém, as pesquisas
comprovam que a annona muricata tem demonstrado resultados positivos como:
inibidora do vírus herpes simplex; possuir propriedades antiviral,
antiparasitárias; e ser benéfica contra os efeitos antirreumático e
citotóxicos.
Alegação do FDA (Food and
Drug Administration)
O FDA (órgão governamental
dos Estados Unidos da América que faz o controle dos alimentos, tanto humano
como animal), aprovou a graviola apenas para ser usada como um coadjuvante na
melhora da função imunológica. Porém, existem mais de 11 publicações em artigos
indexados mostrando, por exemplo, propriedades sedativas das folhas da
graviola, (Bourne RR West Indian Med J 1979 28:2), ou de fortalecimento do sistema
imunológico (Wu FE vários J Nat Prod junho de 1995).
O maior número de pesquisas
realizados com a fruta vem de Purdue University nos Estados Unidos que até o
momento gastaram em torno de cinco milhões de fundos públicos em estudos.
"Cura" o câncer?
Pesquisas in vitro indicaram
que vários dos ingredientes ativos (acetogeninas annonaceous) matam células
malignas de 12 tipos diferentes de câncer incluindo câncer de mama, ovário,
cólon, próstata, fígado, pulmão, pâncreas e linfoma.
Atualmente o NCI - Instituto
Nacional do Câncer dos EUA suporta as pesquisas da Purdue University e,
recentemente, estudos confirmaram que extratos de folhas de graviola” matam”
células cancerosas " e foram especialmente eficazes contra cânceres de
próstata e pâncreas. Outro estudo mostrou seu efeito contra o câncer de pulmão.
O estudo mais recente da
Universidade Católica da Coreia do Sul mostrou que os ingredientes ativos têm
"seletiva citotoxidade”.
Um outro estudo publicado no
Journal of Natural Products alegou que a graviola foi dez mil vezes mais eficaz
que a adriamicina. Um terceiro estudo da Coreia do Sul mostrou que, ao
contrário de adriamicina, não havia nenhuma atividade negativa sobre as células
saudáveis, ao passo que um quarto estudo da Purdue University afirmou que
muitas células cancerosas sobreviventes à quimioterapia clássica, através do
desenvolvimento de resistência aos produtos químicos, foram atacadas nada a menos
pelos agentes da graviola.
O pesquisador da Purdue, Dr.
Jerry McLaughlin, diz que muitas células cancerosas, ao longo do tempo,
desenvolvem uma substância conhecida como P-glicoproteína capaz de expulsar o
agente de quimioterapia antes que ele possa trabalhar, beneficiando a saúde do
organismo. No entanto, componentes químicos da annona não são suscetíveis a
essa substância e conseguem destruir as células cancerígenas.
Um trabalho recente
publicado em 2011 pella UNIPAM concluiu que a graviola pode apresentar alta
citotoxicidade (morte de células normais) não devendo ser usada como preventivo
para câncer.
No entanto, caso a doença já
esteja estabelecida, a graviola poderá ser utilizada como coadjuvante no
tratamento, visto que diminue a frequência de tumores no organismo conforme
mostrado no estudo in vivo usando mosca das frutas (drosóphila melanogaster).
Vale ressaltar que todos os
estudos feitos até o momento foram realizados “in vitro” (usando células) e em
animais, não existindo nenhuma confirmação com embasamento científico em
estudos clínicos com humanos. Por isso cuidado com a automedicação.
* Imunossupressor: que ou o
que suprime ou reduz as reações imunológicas específicas do organismo contra um
antígeno (diz-se de substância, medicamento ou tratamento); imunodepressor.
Mais informações:
www.jocelemsalgado.com.br