O representante do judaísmo
argentino fala da sua amizade com o Pontífice.
Eles se encontravam em
Buenos Aires, e atualmente o Papa Francisco considera o rabino Abraham Skorka
como um “irmão e amigo” – tanto é assim que foi ele um dos primeiros
destinatários das suas já famosas ligações telefônicas, poucas horas depois da
eleição.
Desde então, deram vida a um
diálogo sobre o patrimônio sapiencial do judaísmo e do cristianismo, e sobre os
grandes temas da vida humana. Suas conversas de dois anos e meio se tornaram um
programa de televisão de 30 episódios, que foi transmitido tanto pelo Canal 21,
a emissora da arquidiocese de Buenos Aires, como pelo Canal 10, a emissora
judaica local. Posteriormente, nasceu um ensaio, “O céu e a terra” (Ed. Sudamericana,
Buenos Aires, 2010).
“Após uma derrota do River –
escreve Bergoglio no livro –, eu decidi lhe perguntar se naquela noite jantaria
caçarola de frango.” O River Plate é o time do coração do rabino (Bergoglio
torce para o rival, San Lorenzo), “frango” é o apelido dado aos torcedores do
River e a caçarola de frango é um prato típico argentino.
Bergoglio também fez questão
de que o rabino Skorka escrevesse o prólogo de “O jesuíta” (2010), o
livro-conversa com Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti que se tornou depois um
best-seller mundial, como primeira biografia autorizada do novo papa latino-americano.
Com relação às novidades
introduzidas pelo Papa, o rabino Skorka afirmou: “Era o que eu esperava, mas
espero ainda mais. (...) É verdade – acrescentou –, seu impacto no mundo foi
superlativo; é impressionante ver as igrejas e praças lotadas. Inclusive,
depois da sua eleição, até as sinagogas são mais frequentadas pelos nossos
fiéis: Bergoglio está colocando em prática que ser homens de fé significa ser
homens de esperança”.
Segundo o rabino, que é
reitor do Colégio Rabínico Latino-Americano, o pontificado de Francisco será
marcado por uma relação particular com o judaísmo; e recordou que, em 2012, 50
anos depois do Concílio Vaticano II, quando Bergoglio decidiu distingui-lo com
o doutorado honoris causa na Universidade Católica Argentina, era a primeira
vez na América Latina que o título era conferido a um rabino. “Ele me deu o
diploma e, sem microfone, me disse: ‘Você não imagina quanto eu esperava por
este momento!’”, contou a “Credere”.
Sources: Aleteia
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