A síndrome de Down foi
descrita em 1866 por John Langdon Down. Trata-se de uma alteração genética
produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, por isso é também
conhecida como trissomia 21. Ela é causada por um erro na divisão celular durante
a divisão embrionária.
As alterações provocadas
pelo excesso de material genético determinam as características típicas da
síndrome. Seus portadores, em vez de dois cromossomos no par 21, possuem três.
Não se sabe por que isso acontece.
Como é uma alteração
cromossômica, é possível realizar um diagnóstico pré-natal utilizando diversos
exames clínicos como, por exemplo, a amniocentese (pulsão transabdominal do
líquido amniótico entre as semanas 14 e 18 de gestação), ou a biópsia do vilo
corial (coleta de um fragmento da placenta). Ambos os exames diagnosticam a
síndrome e outras cromossomopatias.
Características visíveis da
síndrome:
- Olhos oblíquos semelhantes
aos dos orientais, rosto arredondado, mãos menores com dedos mais curtos, prega
palmar única e orelhas pequenas;
- Hipotonia: diminuição do
tônus muscular responsável pela língua protusa, dificuldades motoras, atraso na
articulação da fala e, em 50% dos casos, por cardiopatias;
- Comprometimento
intelectual e, consequentemente, aprendizagem mais lenta.
Segundo a Fundação Síndrome
de Down, cerca de 50% das crianças portadoras da síndrome apresentam problemas
cardíacos, algumas vezes graves, necessitando de cirurgia nos primeiros anos de
vida.
A notícia de que uma criança
nascerá com síndrome de Down causa enorme impacto nos pais e na família. Todos
precisam de tempo para aceitar e se adaptar às necessidades especiais que
surgirão. Por isso é importante saber que crianças com síndrome de Dowm
precisam ser estimuladas desde o nascimento, para que sejam capazes de vencer
suas limitações.
A história da família de
Fernanda Mansur motiva muitos a não terem medo desta síndrome. Fernanda é uma
advogada de Natal-RN, casada com Abdon Gosson. Eles já tinham três filhos, e
quando a mais nova estava com 9 anos, conheceram Ana Flávia no orfanato.
“Quando a vi pela primeira
vez, foi como acender uma luz no meu coração, e fiquei apaixonada”, disse
Fernanda. Ana Flávia passou o final de semana com a família, como normalmente
acontece em um procedimento de adoção, e conquistou o coração de todos, dos
pais até os irmãos. “A gente se contagiou muito com o carisma dela e quando
acabou o final de semana, não tinha mais como vê-la sair de nossas vidas”,
contou Samir, filho mais velho do casal.
Família Mansur Gosson
“Inicialmente, foi um pouco
difícil, porque nós não sabíamos os problemas que iríamos enfrentar, pois
adotar uma criança é uma responsabilidade muito grande e uma com cuidados
especiais é ainda maior. Deus, quando escolhe a pessoa, não escolhe os mais capacitados,
mas depois que Ele escolhe é que capacita, e foi isso que fez em nossas vidas”,
afirmou Abdon Gosson.
Desde o início, a menina
ensinou a família a derrubar barreiras. “Eu vi que ela não iria mudar e as
pessoas também não, então passei a entender que as pessoas olham porque têm
curiosidade, e isso não tem problema nenhum. Acho que o preconceito parte de
nós. Na verdade, com ela, a gente recebe muito mais do que dá”, explicou
Fernanda.
Já se passaram vários anos
desde que Ana Flávia entrou na família, e são seus próprios familiares que
afirmam que “pessoas como ela são extremamente afetivas e carinhosas,
conquistam por onde passam e o amor que aprendemos com elas compensa tudo”.
Uma criança com síndrome de
Down é capaz de conviver muito bem na sociedade, mas é necessário que suas
limitações sejam respeitadas. São capazes de aprender a fazer muitas coisas,
como ler, escrever, dançar, tocar instrumentos e se essas crianças são bem
estimuladas, podem fazer quase tudo.
Hoje, com a inclusão das
pessoas com deficiência, todos são chamados a aprender a conviver e a respeitar
limitações e diferenças, porque na verdade todos nós somos capazes de aprender
e ensinar algo a alguém, e com elas não é diferente.
Entre uma criança com
síndrome de Down e outras sem a doença, existem mais semelhanças que
diferenças. Não devemos definir ninguém pela síndrome.
Família, não tenha medo de
ter um filho com esta síndrome!
sources: Aleteia
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