Líder da Igreja Católica admite seguir os passos do antecessor
e diz que só viverá mais "dois ou três anos". PÚBLICO e AGÊNCIAS 19/08/2014 - 23:31
O Papa Francisco disse publicamente que não deverá viver
mais do que “dois ou três anos” e não excluiu a hipótese de seguir os passos de
Bento XVI, abdicando no caso de se sentir cansado.
“Vocês podem perguntar: se um dia não se sentir capaz, fará
a mesma coisa [que Bento XVI]? Sim. Eu rezarei e farei o mesmo. Bento XVI abriu
uma porta que é institucional”, disse Francisco, durante a viagem de avião de
regresso da Coreia do Sul. E acrescentou que a resignação deixou de ser uma
excepção, ainda que isso “não agrade a alguns teólogos”.
Confrontado com a sua popularidade junto dos católicos (e
não só), o Papa Bergoglio, de 77 anos, disse que hoje a encara com “mais
naturalidade”, depois de inicialmente se ter assustado. “Vejo-a como a
generosidade do povo de Deus. Tento pensar nos meus pecados e nos meus erros e
não ficar orgulhoso. Até porque sei que não vai durar muito tempo. Mais dois ou
três anos e irei para a casa de Deus.”
Na conversa “leve” com os jornalistas, Francisco admitiu
também alguns “problemas de nervos”. “Tenho de os tratar bem, dar-lhe mate
[chá] todos os dias”, brincou, citado pela AFP.
Interrogado sobre as férias deste ano, o líder da Igreja
Católica disse que ficará em casa, na residência de Santa Marta. “Eu tiro
sempre férias. Mudo de ritmo. Leio coisas de que gosto, escuto música. Rezo
mais. Isso ajuda-me a repousar”, disse o Papa.
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