Pelo
menos 93 imigrantes ilegais morreram quando a embarcação em que viajavam
naufragou ao tentar chegar à ilha italiana de Lampedusa, no sul da Sicília, na
Itália, segundo novo balanço divulgado hoje (3) pelas equipes de resgate. Até
então, o balanço das autoridades contabilizava 82 mortos. Entre os mortos, há
quatro crianças. Mais de 250 pessoas continuam desaparecidas. Na embarcação
viajavam cerca de 500 pessoas.
A
governadora de Lampedusa, Giusi Nicolini, admitiu, no entanto, que a ilha não
tem a infraestrutura necessária para abrigar os sobreviventes e os vários
corpos retirados do mar. Nicolini informou que os cadáveres estão armazenados
em um cais da ilha, enquanto outras soluções estão sendo analisadas, como o uso
de um hangar do aeroporto.
O
centro de acolhimento de imigrantes de Lampedusa enfrenta, neste momento, uma
situação dramática. O centro tem uma capacidade para cerca de 700 pessoas e
abriga 1.350 pessoas. “É um horror. Não param de chegar barcos e mortos. Os
meios de comunicação social têm de ver isto. É impressionante”, disse a
governadora, que denuncia há vários meses a “negligência” das instituições
europeias sobre o assunto.
“Basta.
O que se passa em Lampedusa é um horror contínuo”, reforçou Nicolini, que
explicou que os sobreviventes contaram que estavam há várias horas em alto-mar
e que não conseguiam pedir ajuda, quando decidiram acender uma fogueira para
serem localizados. O barco pegou fogo e muitos passageiros pularam no mar antes
de a embarcação virar.
Lampedusa,
a 205 quilômetros (km) a sul da Sicília, situa-se a 113 km da Costa africana,
sendo possível alcançar a ilha após quatro ou três dias de navegação. O papa
Francisco escolheu a ilha, considerada a porta da Europa para milhares de
imigrantes africanos, para realizar a primeira visita na Itália, em julho.
Hoje,
no Vaticano, o papa qualificou de “vergonha” esse novo acidente em Lampedusa,
pedindo a todos os fiéis que rezem pelas vítimas e por todos os refugiados do
mundo. “Não posso não deixar de mencionar as numerosas vítimas deste naufrágio.
A palavra que me vem à cabeça é vergonha”, disse o pontífice no fim de um
discurso no Conselho Pontifício de Justiça e Paz.
“Oremos
a Deus por aqueles que perderam a vida, homens, mulheres e crianças. Oremos a
Deus pelas suas famílias e por todos os refugiados. Só uma cooperação
determinada pode evitar tais tragédias”, acrescentou.
Algumas
horas depois do acidente, o papa também escreveu, em nove idiomas, uma mensagem
na rede social Twitter: “Vamos rezar pelas vítimas deste trágico naufrágio em
Lampedusa”.
(Agência
Brasil)
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