Preocupação e desconcerto: a
sociedade globalizada está gerando pessoas cada vez mais individualistas.
Os jovens já se tornaram
foco de grande preocupação atualmente. Isso se reflete em pesquisas de todo
tipo, elaboração de programas – contra as drogas, contra a gravidez de
adolescentes, para a redução do fracasso e violência escolares, contra o
vandalismo etc.
Mas, assim como esta
preocupação não deixa de crescer, cada vez são mais numerosos os adultos que
ficam desconcertados diante do perfil complexo e hermético da juventude atual.
Existem várias razões para
explicar este fenômeno:
Desconcerto, em primeiro
lugar, pela imagem esquizofrênica que recebemos da mídia: por um lado, o tema
dos jovens e seus problemas em numerosos programas de televisão e jornais, que
costumam tender a um claro negativismo; por outro, a abordagem comercial do
jovem, na publicidade, por exemplo, que insiste em uma imagem feliz, bonita,
otimista, mostrando um jovem despreocupado, sem problemas, em êxtases de
felicidade permanente e como modelo para o resto da população.
Desconcerto, em segundo
lugar, pela imagem distorcida que se transmite do jovem como permanente ameaça.
Os jovens de hoje, afirma o sociólogo norte-americano Mike Males, são
simplesmente o bode expiatório da sociedade adulta. Deste ponto de vista, os
jovens são os portadores de todas as pragas e todas as grandes catástrofes
sociais, criando uma angústia permanente na sociedade adulta, que acaba olhando
para eles com receio.
Desconcerto, em terceiro lugar – e em parte
como reação à imagem anterior –, pela concepção do jovem como vítima,
especialmente difundida nos círculos acadêmicos. Vítimas da ordem social, dos
adultos em geral, dos políticos, do marketing, dos jornalistas, dos pais, dos
professores, da economia, do mercado de trabalho.... Vítimas até da sua própria
juventude.
Finalmente, desconcerto pela
grande ausência dos próprios jovens, que se retiram ao seu próprio mundo, longe
dos adultos. E é neste ponto que quero aprofundar: no desaparecimento dos
jovens, no seu distanciamento social, no seu desinteresse e apatia por tudo o
que não for seu próprio mundo.
FONTE: Aleteia
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