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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A GÊNESE POÉTICA


Para que cantarei nas montanhas, nos vales, nos montes, sem eco.
As minhas louvações? As minhas canções?
A tristeza de não poder atingir o infinito
Embargará minha voz, as lágrimas a toldará meus olhos.
Ah!  Entoarei um salmo harmonioso, de que valerá?
Se  tenho na alma um  brado profundo.

Não terei uma voz clara como a voz das crianças
Minha voz tem as inflexões dos brados de martírio,
De angústia, de saudade,
Enrouquecida  no desespero  ...                                                 
Para que cantarei?
Se em vez de cânticos belos, suaves e serenos.
A solidão escutará gemidos, ais e lamentos?

Antes ir pelas montanhas sem caminho, sem trilhas.
Melhor calar uma voz fraca.
Sei, melhor abafar as louvações no peito
Seguir vazia pelos  cantos da vida.
Pelos os  caminho, pelo silêncio
Um silêncio que caminha ...


Readaptação: Hilda Pereira

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