O
Painel Intergovernamental sobre MudançaClimáticas(IPCC,
na sigla em inglês)
iniciou nesta segunda-feira (23) uma conferência em Estocolmo, na Suécia,
confirmando as alarmantes consequências das mudanças climáticas.
A
reportagem é da agência AFP e reproduzida pelo portal Globo Natureza,
23-09-2013.
"As
provas científicas das (...) mudanças climáticas se reforçaram a cada ano,
deixando pouca incerteza, salvo sobre suas graves consequências", declarou
o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, durante a abertura do evento.
O
IPCC, que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2007, revelará nesta sexta-feira
(27), após quatro dias de debates, o primeiro volume de um relatório completo
sobre as mudanças climáticas, suas consequências e os meios para combater o
problema, confirmou Pachauri.
Este
será o quinto relatório do painel da ONU – que reúne milhares de cientistas –
desde sua criação, em 1988. Segundo uma versão provisória do texto obtida pela
AFP, o relatório confirmará a responsabilidade do ser humano no aquecimento da
Terra e apontará a intensificação de alguns eventos extremos.
Os
delegados – cientistas e representantes de governos – divulgarão o documento
depois de examinar as novas evidências das mudanças climáticas e suas
consequências. O presidente do painel lembrou que o objetivo da reunião é
validar a primeira parte do relatório sobre o aquecimento global, que deixará
em evidência a responsabilidade do homem e a grave situação que o planeta
enfrenta.
Pachauri
ressaltou que o texto será aprovado "linha por linha" antes do fim da
reunião em Estocolmo. O relatório, que conta com a colaboração de 520 autores,
também ressaltará a intensificação de alguns fenômenos extremos, entre eles o
aumento do nível do mar, segundo a versão do documento obtida pela AFP.
O
texto destacará, ainda, a urgência de tomar medidas para poder conter o
aquecimento da Terra em 2° C, objetivo adotado por 195 países, mas que parece
cada vez mais distante, segundo cientistas.
Pachauri
prometeu que o diagnóstico contido no informe será inquestionável. "Não
conheço um documento que tenha sido submetido a esse tipo de análise minuciosa
e que tenha envolvido tantas pessoas com espírito crítico, que ofereceram sua
perspicácia e seus conselhos", afirmou o co-presidente do grupo de
trabalho que assinou o documento, Thomas Stocker.
O
relatório "se baseou em milhares de medições na atmosfera, na terra, no
gelo, no espaço", afirmou o cientista suíço, que é professor da
Universidade de Berna. Ele ressaltou que essas medidas permitem ter uma visão
sem precedentes e imparcial do estado do sistema climático. "A mudança
climática é um dos grandes desafios de nossa época", disse o especialista,
destacando que "essa mudança ameaça nossos recursos primários, a terra e a
água".
"E
como ameaça nossa única residência, devemos enfrentá-la", ressaltou o
especialista, acrescentando que isso exige "as melhores informações para
tomar as medidas mais eficazes".
O
último IPCC, de 2007, gerou uma mobilização sem precedentes a respeito do
clima, o que lhe rendeu a atribuição do prêmio Nobel da Paz, ao lado do
ex-vice-presidente americano Al Gore.
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