COMO E POR QUE ESTAR A SÓS
DIANTE DA EUCARISTIA?
Guia para a adoração ao
Santíssimo Sacramento
Uma das frases mais fortes
de Jesus no Evangelho é a pergunta que Ele faz aos apóstolos em Getsêmani,
quando os vê dormindo: “Não conseguem velar uma hora comigo?”. Em outras
palavras, Jesus quis que eles dedicassem uma hora de reparação para combater a
hora do mal.
A oração pessoal durante uma
hora diante do Santíssimo Sacramento, estando ou não exposto, consiste
basicamente nisso: acompanhar o Senhor em seus últimos momentos com o coração,
buscando assimilar o seu amor.
É uma hora para aprender de
Jesus, agradecer seu sacrifício e corresponder ao seu amor. Neste sentido, a
adoração ao Santíssimo Sacramento é uma prolongação da missa.
Estar na presença do
Santíssimo é como sair para tomar sol; assim como o sol é fonte natural da
energia que dá vida, da mesma maneira Jesus sacramentado é a fonte sobrenatural
de todo amor e graça.
Estar na presença do Senhor
gera uma amizade íntima com Ele que nos entusiasma na vida – algo que não se
alcança com estudos teológicos, por exemplo. É preciso conhecer mais Jesus
Cristo, saber mais sobre Ele; e para isso, o trato pessoal com Jesus é
fundamental. Recordemos que o verbo “conhecer”, na linguagem bíblica, significa
amar.
Na adoração, Jesus nos
convida a nos aproximarmos dele, conversar com Ele, pedir-lhe as coisas de que
necessitamos e experimentar a bênção da sua amizade.
Essa hora de adoração pode
ser oferecida por várias intenções, especialmente pela conversão dos pecadores.
Não existe um roteiro
estabelecido pela Igreja para fazer adoração; cada um pode seguir o seu coração
nesse momento. No entanto, vale a pena recordar a necessidade do silêncio
interior e do recolhimento para estar na presença de Deus, bem como a
importância de fazer um ato de fé e tomar consciência da presença de Deus no
início da adoração.
Durante a adoração, há
algumas devoções especialmente válidas, como ler o Evangelho e meditar sobre o
que se leu; rezar a Via Sacra; recitar os mistérios dolorosos do terço; ler e
orar sobre algum texto de espiritualidade, rezar com os salmos etc.
Também é de grande proveito
espiritual simplesmente estar na presença do Senhor, fazer-lhe companhia,
identificar-se com Jesus, oferecer-lhe a dor pessoal para permitir que seu
consolo toque o coração e o encha de paz interior, receber sua inspiração
divina para encontrar luz nas dificuldades.
Há três recomendações
importantes ao fazer a adoração eucarística:
1. Estar atentos. Não dar
espaços para as distrações. Desligar o celular, por exemplo.
2. Recordar: não é uma hora
de leitura.
3. Estar alerta. Alternar
posições: sentar-se, ajoelhar-se, ficar em pé com respeito. O importante é não
ficar em uma situação tão cômoda, a ponto de dormir.
Como já foi dito, não existe
um “ritual” a ser seguido na hora da adoração. No entanto, o fiel pode levar em
consideração a seguinte sugestão de roteiro, que eu particularmente pratico e
quero compartilhar:
1. Fazer o sinal da cruz.
2. Oração de preparação
(espontânea ou já existente).
3. Leitura espiritual (de
livre escolha) e meditação. Lectio divina.
4. O santo terço e/ou Via
Sacra e/ou liturgia das horas.
5. Oração pessoal.
Privilegiar este momento.
6. Comunhão eucarística
espiritual (por meio de uma oração pessoal ou já existente).
7. Contemplação do
Santíssimo.
8. Louvores de desagravo e
reparação.
9. Oração final (pessoal ou
já existente).
10. Sinal da cruz.
Na oração pessoal (ponto 5),
que é o momento central, mais do que falar com o Senhor, é importante criar um
momento de silêncio, pois o silêncio é capaz de abrir um espaço interior no
mais íntimo de nós que permite a ação de Deus, que faz que sua Palavra
permaneça em nós, para que o amor a Ele crie raízes em nossa mente, em nosso
coração e seja motivação da nossa vida.
Na adoração eucarística, o
mais importante é deixar-se amar e abraçar pelo Senhor em cada momento, isto é,
entrar em sua intimidade.
PE. HENRY VARGAS
HOLGUÍN
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