Não se iluda, a Lei de
Coulomb não tem validade sobre os relacionamentos
Não se iluda, a Lei de
Coulomb não tem validade sobre os relacionamentos. Se na física os opostos se
atraem, na vida real as coisas são bem diferentes: calmaria não combina com
tempestade; campo não combina com cidade; silêncio não combina com barulho e
fanatismo não combina com ninguém.
Imagino que, ao ler esse
texto, há quem esteja esbravejando e dizendo “o amor supera tudo” e que meus
argumentos são fracos. Mas, primeiro, tente conviver com alguém diferente de
você por um ano, depois conversaremos.
A vida não é a música
“Eduardo e Mônica” do Renato Russo (desculpem a sinceridade). O diferente
atrai, encanta, seduz, mas não aguenta o tranco da rotina. Ter uma pessoa
diferente ao nosso lado ensina um monte de coisas bacanas e até ajuda na
relação, mas isso a curto prazo. O encanto pelo diferente acaba na primeira
discussão de divergências.
Vamos aos fatos: você gosta
de ler, ele odeia. Você gosta de conversar sobre tudo, ele gosta do silêncio.
Você ama balada e ele, se pudesse, hibernaria. Sinceramente, qual a
probabilidade desse relacionamento dar certo?
Todos nós temos o desejo de
viver um grande amor. Temos curiosidade de explorar o desconhecido e viver uma
história nada convencional, mas isso é uma aventura amorosa, não uma meta de
relacionamento.
Ter pequenas divergências é
comum, até porque, ninguém é igual a ninguém: ela torce para o Corinthians,
você para o Palmeiras. Ela curte rock, você pagode. Ela ama desenhos, você
seriados. Até aí, pequenos ajustes na rotina são aceitáveis. O problema está em
conviver com uma pessoa totalmente diferente de você. Acredite, é possível
conviver com as diferenças, mas é impossível aceitar as incompatibilidades.
Como diz Fernando Anitelli: “Os opostos se distraem…Os dispostos se atraem…”.
Relacionamento não é uma
luta de UFC, onde vence quem tem mais força. Relacionamento quando não é leve,
quando não trouxer paz e não acrescentar sentimento não vale a pena. Lidar com
grandes diferenças torna o dia a dia uma batalha constante e o parceiro deixa
de ser um porto seguro para se tornar o principal inimigo.
Carpinejar tem uma frase que
define bem o comportamento de quem se aventura no “relacionamento da oposição”:
“Os opostos se atraem, mas não conseguem permanecer juntos (os parecidos se
repelem e ficam juntos). O que se mostrava maravilhoso e definitivo, a sedução
da diferença, a atração de um continente desconhecido são substituídos pela
tentativa de moldar o outro aos seus gostos”.
Contos de fadas, ficção
científica e diferenças nos relacionamentos só servem para roteiros de filmes.
Na vida real, meu caro, a história é bem diferente.
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