“Eu pensei que eles me
recusariam por estar grávida, mas me deram a surpresa: nós sabemos como você
trabalha...”
Enquanto ela se senta à mesa
para assinar o contrato, apoia levemente uma mão sobre a barriga: “Ainda não
acredito”. Martina Camuffo tem 23 anos e, na semana que vem, será mamãe pela
segunda vez (ela já tem uma menina de 2 anos). Está grávida de nove meses e usa
um vestido leve que não esconde nada. Falta pouquíssimo: a menina deverá nascer
no dia 16 de fevereiro e ela não está jogada no sofá, mas, sim, nos despachos
para assinar a carta de admissão (Corriere della Sierra, 8 de fevereiro).
A história desta jovem
italiana contratada no nono mês de gravidez mais parece uma fábula de outros
tempos. Ela foi admitida e, em seguida, sairá de licença maternidade porque o
acordo diz que ela deve começar a trabalhar daqui a cinco meses.
A decisão da empresa
Samuele Schiavon e Stefano
Serena, proprietários da pequena empresa, há tempos tinham visto Martina
trabalhando. Na época, ela fazia a parte comercial da empresa vinícola “Marco
Felluga”. Agora que Samuele decidiu aumentar sua equipe, pensou nela e a contratou.
Desde 2010 a empresa, com
sede em Pádua e Mestre, cria sites e experiências digitais de uma forma
criativa, uma mistura entre layout e desenvolvimento web. Eles estão em
expansão e Samuele buscava um profissional para a área comercial.
“Quase não acredito”
A maternidade nunca foi um
problema, um obstáculo. A entrevista aconteceu em dezembro, quando Martina
estava de 7 meses.
“Quando Samuele me ligou,
falei sobre o meu estado” – disse Martina – “argumentei que estava grávida de 7
meses e que logo daria a luz. A proposta era muito interessante e eu estava
felicíssima porque eles fizeram contato comigo, mas temia que a oportunidade
desaparecesse. Nós nos reunimos, trocamos ideias e, ao final, me disse que sua
intenção era me contratar. Eu quase não acreditava naquilo.”
“Para nós, só interessam as
suas qualidades”
“A gente queria Martina por
suas competências e capacidades. Ela já trabalhou na área comercial de uma
empresa importante, já a vimos com a mão na massa, sabemos como se move.
Desejamos o melhor para sua vida pessoal, e a esperamos o mais breve possível”,
disse Serena
É difícil encontrar hoje
esta visão de longo prazo dos empresários. Infelizmente, quase impossível, ao
menos na Itália e nos países hispânicos. Em poucas horas, o caso de Martina foi
destaque na imprensa nacional.
“Encontrar duas pessoas que
apostam igualmente em você mesmo nas vésperas de ser mãe pela segunda vez,
lamentavelmente, é uma exceção”, acrescentou a feliz Martina (Messaggero
Veneto, 9 de fevereiro).
“Um monte de mães me
escreveu nas redes sociais” – disse ela – “desesperadas porque não têm
trabalho, que foram demitidas porque ficaram grávidas ou que não tiveram seus
contratos renovados. Sinto-me como a “dona da situação.”
(Il Fatto Quotidiano, 8 de
fevereiro)
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